Jesus, eu confio em Vós!
Diante desta pequena frase, debruço-me em constantes meditações.
Estamos em uma sociedade “moderna”, envoltos por tecnologia e aparatos que facilitam nossas vidas. Estimulados pela mídia, pelos amigos, por nós mesmos a termos mais e a lutarmos em nossos trabalhos, mesmo que não gostemos deles, para somarmos algum dinheiro que sobre no final do mês, no intuito de possuir aquele bem que me salta aos olhos ou que é objeto de desejo da massa e, como não quero ficar de fora, sacrifico-me também.
O movimento do homem tornou-se vertiginosamente sufocante ao ponto de o ter ou o vencer, ser mais importante que o viver e o ser.
Entorpecidos pela maneira minimalista de ver a vida, somamos desilusões e esquecemos que nossa existência é um tempo, breve e atribulado, não o fim, mas o meio para alcançarmos a verdadeira vida. Como poderemos tomar as decisões corretas, escolher o melhor caminho se estamos a olhar para baixo sem uma meta que faça sentido? Uma meta não mais temporal, mas eterna.
Fomos roubados! Como o semeador quando lançou sua semente na estrada, terra batida, e o pássaro a roubou! Fomos privados da alegria de sonhar com o céu. Neste mundo moderno não mais se fala dele e, quem ou quando o menciona tem-se como lunático e facilmente ignorado. Somos mais que pobres. Nos falta até o ar para respirar, pois este fôlego vem do criador da vida, o Ruah de Deus, a brisa suave…
Jesus veio a Santa Faustina para lhe mostrar um presente destinado não apenas a ela, mas a todo o mundo. Ele aparece-lhe belo, ressuscitado, com as chagas nas mãos e nos pés, coberto por uma túnica branca reluzente, belíssimo! Os raios lhe saindo do peito, jorrando em abundância o sangue e a água. Pede que pinte o que vê e escreva uma jaculatória aos seus pés. Irmã Faustina pede: “deixe que eu escreva, Jesus, Rei de misericórdia”, mas Jesus o nega: “Sim, Sou o Rei de Misericórdia, mas peço que escreva, Jesus, eu confio em vós!”.
Neste encontro Ele diz ser este quadro a última tábua de salvação para a humanidade que não encontrará a paz se não se achegar com confiança à Sua Misericórdia.
Esta é a inscrição que Ele quis deixar para nós nestes tempos. O que estas palavras significam? Porque fez questão que fossem estas? Creio poder responder as estas perguntas usando de minhas simples e humildes experiências em Deus.
Confiar n’Ele é deixar de confiar em si e nas próprias forças. Quanto mais cego, mais o homem pensa que tudo pode na ilusão que não precisa de Deus mas, quando por Providência, percebe-se fraco e conhece a força que lhe é disponibilizada pelo Deus de amor, ressurge um alívio profundo e libertador.
Confiar n’Ele é saborear a paz da criança que pode deixar-se cuidar, que é educada e incentivada pelo pai, que não é ferida pela correção pois se sente amada. A paz de não estar sozinha.
Confiar n’Ele é deixar-se ser amado. Para isso é preciso reconhecer a fragilidade e pequenez. É neste amor que reina a verdadeira alegria.
Jesus, eu confio em Vós! Ele colocou em nossa boca estas palavras pois este movimento deve ser nosso, e assim o fez pois garante que podemos confiar n’Ele sem medos!
Apenas posso lhes recomendar que se permitam fazer esta experiência de lançar-se na confiança em Deus e então certamente verás além e encontrará a verdadeira paz.
Jesus, eu confio em Vós!
